TEERÃ (Reuters) - Um jornal iraniano publicou nesta terça-feira que Carla Bruni, esposa do presidente francês, Nicolas Sarkozy, merecia morrer depois de expressar solidariedade a uma mulher que foi condenada à morte por apedrejamento como pena por adultério.
O jornal linha-dura Kayhan chamou Bruni de "prostituta" cujo estilo de vida significava que ela merecia um destino semelhante ao da iraniana condenada à morte.
O jornal linha-dura Kayhan chamou Bruni de "prostituta" cujo estilo de vida significava que ela merecia um destino semelhante ao da iraniana condenada à morte.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da França, Bernard Valero, disse nesta terça-feira que os comentários do jornal são "inaceitáveis" e que o governo francês havia enviado essa mensagem ao governo iraniano.
Na entrevista semanal à imprensa, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da França, Ramin Mehmanparast, pediu que a mídia iraniana use linguagem mais moderada. "Insultar autoridades de outros países e usar palavras inadequadas, isto não é aprovado pela República Islâmica do Irã", afirmou, quando indagado sobre o assunto.
Bruni foi uma das celebridades francesas que publicaram uma carta aberta a Sakineh Mohammadi Ashtiani, cujo caso provocou indignação internacional e trouxe à tona o uso do apedrejamento no Irã como pena capital.
Bruni escreveu: "Derramar seu sangue, privar as crianças de sua mãe? Por quê? Porque você viveu, porque você amou, porque você é uma mulher, uma iraniana? Cada parte de mim se recusa a aceitar isso."
o Jornal Kayhan, cujo editor-chefe é nomeado pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, publicou a carta de Bruni no sábado, sob a manchete: "Prostitutas francesas começam a defender direitos humanos".
Na terça-feira o jornal voltou ao assunto, criticando a "relação ilícita (de Bruni) com diversas pessoas", acusando-a de causar o divórcio de Sarkozy com a segunda esposa. "Analisando o histórico de Carla Bruni, vemos claramente os motivos pelos quais uma mulher imoral estaria defendendo uma iraniana condenada à morte por adultério e por ser cúmplice do assassinato de seu marido e, de fato, ela mesmo merece morrer", afirmou o jornal.
Ashtiani, mãe de dois filhos, recebeu 99 chicotadas por ter mantido relações ilícitas com dois homens. A sentença de apedrejamento foi suspensa e aguarda revisão jurídica, mas pode ser executada, disse uma autoridade judicial iraniana.
(Reportagem de Ramin Mostafavi)
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