A Holanda era a favorita indiscutível e se impôs ao Uruguai, como se esperava, na primeira semifinal da Copa de 2010, por 3 a 2, e vai para a sua terceira final. Com um futebol mais pragmático - ofensivo, mas preocupado com a retaguarda - os holandeses repetem o roteiro da Copa de 1974, quando chegaram à final depois de passar pelo Uruguai na primeira fase e pelo Brasil na fase semifinal.
A vitória holandesa assegura o primeiro título da Europa fora de seu continente. Na outra semifinal, Espanha e Alemanha disputam o direito de ser a segunda seleção europeia na decisão.
Bem posicionado na defesa, e com os nervos sob controle, o Uruguai levou um gol no início do primeiro tempo, mas encontrou forças para reagir, empatar e quase virar a partida no segundo tempo. A Celeste, que não chegava tão longe num Mundial desde 1970, fez uma partida equilibrada até os 25 minutos do segundo tempo, quando sofreram um gol irregular.
Num sinal claro do desequilíbrio de forças, antes do início da partida, os fotógrafos posicionados em frente aos holandeses na hora da execução dos hinos nacionais representavam quase o dobro daqueles interessados em fotografar os uruguaios.
Mas quando a bola rolou, o Uruguai mostrou que tinha ambições na partida. Ainda que jogando com três volantes – Perez, Gargano e Arevalo –, a seleção marcava a saída de bola com cinco jogadores no campo da Holanda. Para uma seleção que evita o chutão para frente, como a holandesa, foi uma dificuldade a mais.
A primeira surpresa ocorreu logo aos 4 minutos. Robben recebeu a bola e, no lugar de fazer o de sempre, cortar para a esquerda e chutar ao gol, driblou para a direita, cruzou. Não conseguiu colocar a bola na área, mas Sneijder aproveitou, colocou na área. O goleiro Muslera soltou a bola no pé de Kuyt, que desperdiçou. A segunda surpresa, deu-se 14 minutos depois, quando o lateral-esquerdo Van Bronckhorst acertou um chute magnífico de fora da área, indefensável.
Pouco acionado, e bem marcado, Robben sofreu apenas uma falta no primeiro tempo (contra o Brasil, foram quatro), mas Gargano ganhou cartão amarelo pela entrada. A partida caiu muito depois que Cáceres tentou uma bicicleta na entrada da área holandesa, mas acertou violentamente o nariz do volante De Zeeuw, levando cartão amarelo. No momento em que o jogo estava mais morno e sem graça, Forlán recebeu uma bola pelo meio e arriscou um chute forte de fora da área, empatando a partida.
A Holanda voltou para o segundo tempo mais ofensiva, com o meia Van der Vaart no lugar de De Zeeuw. Mas quem quase marcou primeiro foi o Uruguai. Boulahrouz atrasou mal a bola, Cavani dividiu com o goleiro, Álvaro Pereira chutou para o gol vazio, mas Van Bronckhorst salvou. Aos 22, em ótima cobrança de falta, Forlan quase ampliou para os uruguaios.
Os holandeses definiram a partida na segunda vez em que a equipe foi ao ataque no segundo tempo, aos 25 minutos. Sneijder recebeu na entrada da área e chutou cruzado. Van Persie, em posição de impedimento, não tocou na bola, mas tirou o pé, o que pode ser interpretado como participação no lance. Três minutos depois, Kuyt cruzou na cabeça de Robben, que fez 3 a 1. Num bom chute de fora da área, Maxi Pereira diminuiu para os uruguaios aos 47 minutos.
Na platéia, como de hábito, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, o presidente da Fifa, Sepp Blatter, e o príncipe Willem-Alexander, da família real holandesa.
Mauricio Stycer
Na Cidade do Cabo (África do Sul)
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