A informação é um bem
social inestimável enquanto ferramenta de conscientização. Por ser parte de um
acelerado e contínuo processo de troca de experiências entre indivíduos é a
informação, talvez, a maior responsável pelas grandes transformações sociais
processadas ao longo da história. Apenas a título ilustrativo, a própria
república romana, lá pelo século 6º a.C., surgiu exatamente quando se espalhou a
notícia de um estupro. Depois disso o povo e o exército derrubaram a monarquia
e instalaram o regime republicano, com o governo passando a ser exercido por
dois cônsules. Ao longo dos tempos vimos que foi a troca de informações que fez
reis, criou impérios e transformou radicalmente a história das sociedades em
todos os quadrantes da Terra. Que o diga o cristianismo... Que o diga a
Revolução Francesa... Que o diga o Estado nazista... Que o diga...
Ocorre que essa forma
quase mágica de interação entre indivíduos foi, ao longo dos tempos, corrompida
pela “degeneração dos costumes”, que, de maneira irreversível, afetou,
sobremaneira, os postulados mais elementares dessa prática milenar. Hoje (e
ontem também) a informação é a base de toda manipulação processada nos bastidores
com os propósitos mais escusos e abjetos. E o cidadão, o objeto final de toda
essa trama, se vê impotente para se opor a esse “crime de consciência”. E nessa
peça teatral ele é apenas o “bobo da corte”, doutrinado para divertir os
convivas e receber as sobras do que lhes caem da mesa. Não é exagero dizer que
no mundo da informação a ética é a maior sacrificada. Vale salientar ainda que
nesse mesmo mundo a mentira vem por inteiro, mas a verdade aparece em ínfimos
pedaços – e mesmo assim, quase imperceptíveis.
Hoje atingimos o auge
da degeneração de valores no campo da informação. Redescobrimos Nicolau
Maquiavel, o genial pensador florentino que viu em César Bórgia a essência do
poder mais despudorado. O que diria Honoré de Balzac se escrevesse Os Jornalistas nos dias de hoje? Na
certa iria identificar certas minúcias. Balzac, que em algum período de sua
vida parece ter caído no borrão de alguma “pena prostituta”, iria perceber que
nos “Estados Unidos do Brasil” o respeito ao homem de comunicação é dado de
conformidade com o grau de periculosidade que esse mesmo homem represente para
alguns setores sociais. Claro, devo advertir que fica a critério do leitor pôr
a nossa classe política como o primeiro desses setores. Penso, porém, que nesse
mundo hermeticamente fechado e de trocas permanentes de mimos, o que menos existe
é honestidade de propósitos. Ambos os lados apenas se toleram. Como há a
convergência de interesses, firma-se aí uma espécie de “casamento de
conveniência”.
Que seja eterno
enquanto dure...
A propósito, o caro
leitor tem plena confiança naquilo que ouve ou que lê?
Um abraço e até a
próxima.
por Nonato Nunes
///////////
por Nonato Nunes
///////////
"Não é exagero dizer que
no mundo da informação a ética é a maior sacrificada." Pegando este trecho de Nonato, fico lembrando das muitas vezes em que a ética foi e é totalmente esquecida por parte de alguns profissionais da imprensa que fazem da noticia um meio exclusivo de ganhar dinheiro e não o de bem informar a população. Alguns chegam a ser totalmente mercenários e terminam fazendo um trabalho medíocre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário